Golfe & Turismo

Conheça os dez mais bem projetados buracos de par três do mundo

por_Fulvio Golob, Federica Rossi e Andrea Vercelli

N
esta reportagem, que fará com que qualquer golfista se apaixone, o maravilhoso par três californiano que se abre para o Oceano Pacífico está em boa companhia.

Na redação, navegando aqui e ali entre as nossas memórias, reunimos dez espetaculares buracos “curtos” espalhados pelo mundo. Vocês não vão encontrar, no entanto, os destaques de sempre, como o mágico e imprevisível 12 do Golden Bell do Augusta National, berço dos Masters, ou o lendário 16 de Cypress Point, talvez o mais bonito de sempre. O motivo? Trata-se de algumas pequenas joias localizadas em círculos ultraprivados, onde apenas poucos têm a sorte de poder jogar.

Os dez pares três que propomos nestas páginas estão todos situados em campos onde é possível, mesmo que apenas alguns dias por semana, como em Muirfield, pagar o green fee e aproveitar espetáculos inesquecíveis do golfe. Muitas vezes os preços, por outro lado, são realmente parecidos com uma joalheria, mas soa quase banal lembrar que as coisas bonitas (neste caso, entre as mais mais bonitas do mundo para o nosso esporte favorito) custam dinheiro. Muito dinheiro, por sinal.

Alguns exemplos. Na já mencionada Pebble Beach, além de ter que ficar esperando na fila para encontrar um tee time, vamos ter que desembolsar 550 dólares, cinco vezes mais do que se pagava há quarenta anos.

Já para acessar o Kingsbarn é preciso pagar 290 libras (190 euros) em Vale do Lobo, 280 dólares pelos Dentes do Cão, e 200 para o Mauna Kea. No entanto, optando por sair muito cedo (Early Bird) ou no final da tarde (Twilight), em alguns casos é possível até economizar bastante dinheiro. De qualquer forma, estamos bem longe das taxas altas que nos acostumados a pagar. Mas, afinal, qual é o preço dos sonhos?

Veja a seguir esses que podem ser considerados as 10 maravilhas de parte três do golfe mundial:

1) Buraco 17 – Stadium Course

TPC Sawgrass (Flórida)
É o buraco de assinatura da obra-prima de Pete Dye, o Stadium Course, campo construído em 1980, quartel-general do PGA Tour e sede do Players Championship. Apelidado de Island Green e completamente rodeado por água, mede apenas 137 jardas, mas é considerado um dos pares três mais delicados do mundo. Diz-se que apenas dois elementos intimidam os profissionais, a água e o vento, fatores que estão sempre em jogo aqui e que têm sido a causa de inúmeros desastres envolvendo até campeões experientes, apesar do green ter 370 metros quadrados. Estima-se que aqui mais de 120.000 bolas acabam dentro da água todos os anos.


2) Buraco 7 – Pebble

Beach Links (Califórnia)
É o par três mais curto no qual é disputado o PGA Tour e os majors, com apenas 108 jardas de que dão para a baía de Carmel e o Oceano Pacífico. O campo, que sediou em junho o US Open, foi projetado por Jack Neville e Douglas Grant em 1919, mas desde então passou por numerosas alterações assinadas por Alister MacKenzie, William Herbert Fowler, Jack Nicklaus e Arnold Palmer. A lenda diz que aqui Sam Snead preferiu obter o par com três putts consecutivos, dando a primeira tacada ao longo da estrada que desce até o green, em vez de jogar um ferro ao vento. Mesmo hoje, dependendo das condições meteorológicas, os profissionais podem jogar de um wedge até um punch shot com o ferro 5. O green é defendido por nada menos que seis bunkers, dois frontais e quatro na parte de trás. O buraco manteve quase o mesmo comprimento no curso do seu século de vida, enquanto foram realizadas várias intervenções no green e nas áreas circunstantes.


3) Buraco 3 – Mauna Kea (Havaí)
Construído em 1965 por Robert Trent Jones Sr., fica na ilha Havaí, a maior do arquipélago. Foi encomendado  por Laurance Rockefeller para completar a oferta de um resort de cinco estrelas. Para plantar a grama e realizar esse sonho nascido do gênio de um dos maiores arquitetos de todos os tempos, foi necessário pulverizar a rocha de lava que cobria toda a área. Pela sua posição e design é considerado um dos percursos mais espetaculares e técnicos do mundo. O buraco 3 mede 216 jardas e o vento é um fator determinante no tee shot para um green defendido por bunkers e rocha de lava.


4) Buraco 17 – Ocean Course

Cabo del Sol (México)
Localizado na ponta da Baja California, entre Cabo San Lucas e San José del Cabo, o Ocean Course é o centro da comunidade residencial de Cabo del Sol. Desenhado por Jack Nicklaus, foi aberto ao público em 1994 e oferece uma paisagem desértica natural única no mundo, com cactos gigantescos acima de greens e tees perfeitamente preparados. Sete dos seus buracos seguem a costa a um passo do azul brilhante do Mar de Cortez, incluindo o espectacular 17, par três de 177 jardas com um green localizado numa baía arenosa rodeada por rochas.


5) Buraco 7 – Teeth of the Dog Casa de Campo

República Dominicana
Não tem erro.  Essa maravilha tem a marca inconfundível de Pete Dye, que na Casa de Campo teve carta branca para criar três joias de beleza incomum. Ao lado do Dye Fore e dos The Links, o primeiro a ser inaugurado, em 1971, foi o lendário “Dentes do Cão”, desde sempre considerado o melhor do Caribe. Seu buraco mais famoso é o par três do 7, um dos primeiros exemplos de que, para chegar ao green, é preciso cruzar o mar. Bastante longo (até 218 jardas), pode ser jogado com cinco partidas diferentes, obviamente com dificuldades menores, na medida em que o mar sai de cena . O green é largo, mas com muitos declives, o que o torna muito traiçoeiro.


6) Buraco 13 – Muirfield (Escócia)
O desafiante par três foi desenhado pelo Old Tom Morris, vencedor de quatro Open Championship e um dos primeiros grandes arquitetos de campos de golfe. O buraco de 158 jardas, definido em 1966 por Jack Nicklaus como “uma joia”, foi aumentado para mais 31 jardas e tem um green com 45 jardas de profundidade, porém estreito e protegido por grandes bunkers em ambos os lados. Um perigo que custou o torneio e a glória de vários campeões ao longo da sua longa história, que começou em 1744. Inesquecível o 82 de Tiger Woods durante o terceiro dia do Open Championship em 2002. No buraco 13, o fenômeno acabou em um dos bunkers profundos, e precisou de três tiros para sair, marcando a pior pontuação desde que tinha se tornado profissional.


7) Buraco 12 – Royal Birkdale (Inglaterra)
Neste ano o clube de Southport comemora seu 130º aniversário. Desde 1954, recebeu dez edições do Open Championship. A última foi em 2017, quando Jordan Spieth triunfou. Desenhado por George Lowe, F.W. Hawtree e J.H. Taylor, o campo fica em cima de dunas de areia muito altas, que se destacam no lindo buraco 12. Os tees situados para trás em posição elevada ficam a 174 jardas do green, também elevado no meio de um vale de rough. O green é pequeno, defendido por quatro bunkers mortais. Com o vento, não há nada mais a fazer que rezar.


8) Buraco 6 – Nova Gales do Sul (Austrália)
Situado na costa rochosa no leste da Austrália, este incrível par três de 192 jardas é o buraco mais fotografado do continente oceânico. Ao contrário dos outros, desenhados em 1928 por Alister Mackenzie, o 6 foi creditado a Eric Apperly após a Segunda Guerra Mundial, em 1947. O tee inicial encontra-se numa formação rochosa em cima da Botany Bay, o lugar onde o capitão James Cook desembarcou pela primeira vez em 1770. O maior perigo está todo do lado esquerdo, dominado pelo Oceano Pacífico.


9) Buracos 8 e 15 – Kingsbarns (Escócia)
A um punhado de milhas de St. Andrews, é considerado um dos cinco melhores campos do ano 2000. Foi desenhado pelo Kyle Phillips, obtendo uma ligação extraordinária em dois níveis ao longo dos penhascos, com 14 buracos com vista para o Mar do Norte. O 8 e o 15 têm greens que se tocam e dão duas sensações diferentes, mas impagáveis. O primeiro é curto (de 140 jardas para baixo nos cinco tees), com um bunker terrível à esquerda e o perigo de perder a bola se for para a direita; o segundo fica à beira do mar.


10) Buraco 16 – Royal Course

Vale do Lobo (Portugal)
Após se tornar o símbolo do golfe no Algarve, este difícil par três de 235 metros é considerado pelos profissionais um dos buracos mais difíceis em condições de vento. O Campo Real de Golfe foi desenhado pela lenda do golfe Sir Henry Cotton e modificado em seguida pelo arquiteto americano Rocky Roquemore, com uma nova inauguração em 1997. A partir do tee inicial é possível se encantar e admirar o penhasco com vista para a mar. E não é coincidência que tenha se tornado um dos buracos mais fotografados na Europa.

 

 

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