Home Turismo Old Course Cannes-Mandelieu: 27 buracos emoldurados por milhares de pinheiros

Old Course Cannes-Mandelieu: 27 buracos emoldurados por milhares de pinheiros

por Redação

Otrecho da Costa Azul que brilha debaixo do sol, entre os iates espalhados pelo Golfo de La Napoule e as butiques ao longo da Croisette de Cannes, é um concentrado de glamour com vista para o Mediterrâneo. Se Cannes é famosa pelo cinema, sua Palma de Ouro e o tapete vermelho, a fama de Grasse deve-se aos perfumes. As grandes casas, de Dior até Chanel, voltaram aqui para cultivar e produzir suas famosas essências, fundamentais para seus perfumes.

Depois há Mougins, situada nas primeiras colinas perto da costa, conhecida pela sua feliz e duradoura ligação com Pablo Picasso e, mais recentemente pela alta cozinha francesa. Mandelieu tem aqui o seu histórico campo de golfe, um dos primeiros da França. Estes poucos quilômetros de costa concentram dez dos numerosos campos na região e um certo número de hotéis, spas e restaurantes requintados, cujas estrelas seriam suficientes para iluminar a noite da Costa Azul.

O Old Course Cannes-Mandelieu é o mais antigo percurso da região, e foi o quarto a ser construído em toda a França. Exilado pelo czar Alexandre III da Rússia, o grão-duque Michael se apaixonou pelo golfe depois de uma visita a Saint-Andrews, em 1891, e pediu para Harry Colt criar uma rota a poucos metros da praia de Mandelieu-la-Napoule, o mesmo golfo que abriga Cannes.

A riviera mais famosa da França inventou o turismo de golfe no Mediterrâneo. Começando pelo histórico Old Course de Mandelieu até chegar aos mais recentes Riviera, Taulane e Opio Valbonne | Foto: Arquivo

Apelidado de “a lenda”, hoje ele possui dois percursos, o Old Course de 18 buracos, 5.749 metros par 71, e os nove buracos Le Grand Duke, 2.118 metros par 33. Graças aos alargamentos realizados pelo grupo Barrière e em seguida pela família Camerini, estes 27 buracos ficam em terreno plano, localizados a poucos passos da praia. No entanto, mesmo nos dias mais quentes, a sombra dos mais de 4 mil pinheiros-marítimos permitem um jogo agradável e relaxante e uma bela cena de outros tempos, um pequeno ferry reservado exclusivamente aos jogadores do clube que atravessa o Siagne, um rio tranquilo que divide o campo em duas partes.

O percurso não é difícil, e dá para curtir o charme da sua história, de todas as altezas reais que passaram por aqui na primeira metade do século 20, e as numerosas estrelas de cinema que lotaram esse lugar depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje a sua proximidade com o mar o torna uma verdadeira exceção, porque a sua paisagem muito agradável constitui uma verdadeira ruptura verde num ambiente tão cheio de gente.

A cozinha e o golfe são muito importantes nessa região e muitas vezes andam de braços dados. Nesse aspecto, um ótimo exemplo é o Riviera Golf de Barbossi, que combina a paixão pelo golfe, pelos cavalos, um clube de tênis, uma renomada produção de vinho e um museu ao ar livre.

Buracos finais das duas voltas do percurso de Taulane. Protegido por um grande lago, o green único dos buracos 9 e 18. O campo está no planalto entre o Parque Natural dos Pré-Alpes d’Azur e do Parque Natural do Verdon | Foto: Arquivo

 Seus 18 buracos, 5.361 metros par 71, se extendem em 65 hectares de terreno não plano, com importantes desníveis. Robert Trent Jones Sr., que fez o projeto em 1991, não facilitou a vida do jogador médio. O slope é de 139 com subidas íngremes, bunkers importantes e árvores solitárias no meio do fairway.

Por outro lado, são muitos os pontos panorâmicos que oferecem um espectáculo maravilhoso ao redor. Como no buraco de assinatura do campo, o par três do 10, de onde pode-se apreciar uma vista que vai dos vinhedos da propriedade até o maciço do Estérel. Para embelezar ainda mais essa paisagem, perto de cada buraco podem ser vistas esculturas de Georges Boisgontier, Max Cartier, Jean-Claude Fahri e Gérard Le Roux.

No entanto, é suficiente ir alguns quilômetros adentro para se deparar com os doces relevos da região de Grasse, onde começam os Pré-Alpes da Costa Azul. Ao longo desse caminho encontra-se primeiro Mougins, com sua romântica e antiga aldeia, suas lojas de artesanato e sua paixão pela arte e a culinária, e, depois, novamente um pouco mais ao norte, o Opio-Valbonne Resort com seu campo de golfe. O percurso, de 5.698 metros par 72, está cercado por 220 hectares de carvalho e outras essências mediterrâneas. 

Da primeira realização de Donald Harradine, em 1966, ficou apenas o cuidado com o ambiente natural, com o curso do Bégude de um lado e o castelo com o mesmo nome e que hoje se tornou um hotel quatro estrelas, na cadeia Open Golf Club.

Seguindo a Rota de Napoleão, a 50 quilômetros de Grasse, finalmente subimos ao magnífico planalto localizado entre o Parque Natural  Regional dos Pré-Alpes d’Azur e o vizinho Parque Natural do Verdon. Trata-se de uma única grande área protegida onde está embutido o Domaine du Chateau de Taulane. O castelo, do século 18, é hoje um hotel de quatro estrelas, e seu campo de golfe é um belo conjunto de fairways muito verdes e greens imersos em uma floresta de abetos-vermelhos e carvalhos centenários.

Seus 18 buracos, 6.168 metros par 72, ocupam 120 dos mais de 300 hectares da propriedade que é está localizada no Parque Natural de Verdon. Os fairways largos, o comprimento não excessivo, o rough muito baixo e bem conservado fazem com que seja acessível a todos os níveis do jogo, mas os greens largos, os bunkers bem posicionados e cinco níveis de tee fazem dele uma rota também adequada para os torneios importantes.

A reestilização desse campo aconteceu em 1992 e foi realizada por Gary Player, cujo trabalho foi cuidadoso ao tornar o jogo agradável sem prejudicar a aparência do lugar, mantendo a complexidade das partidas dos tees mais atrasados e a necessidade de possuir ainda uma bagagem técnica completa. Fica aberto apenas oito meses por ano, é isolado e silencioso, o jogo é extremamente calmo, mas ainda surpreende ao longo de todo o seu comprimento com os panoramas a 360 graus. Além disso, tem uma um clubhouse de excelente nível. Quem quiser escapar do calor do verão, caso a multidão nas praias se revele insuportável, ou simplesmente para viver um parêntese romântico, esse é o lugar ideal para uma ‘escapada’ de luxo, e, com as cores do outono, será verdadeiramente inesquecível.

Vale lembrar novamente que a Costa Azul possui muitas outras rotas de excelente nível, como os dois de Mougins, Terre Blanche, Biot, Saint Donat, Grand Bastide, Roquebrun, Estérel… No total, quase 30 campos para um golfe agradável e recompensador em todas as estações do ano.


NAVEGANDO EM FRENTE A CANNES
As duas ilhas Lerins estão localizadas bem em frente a Cannes, a poucos quilômetros de distância da costa. Uma é árida e preserva apenas uma antiga torre de vigia para a defesa contra os ataques de piratas berberes. A segunda, a ilha de Saint Honorat, por outro lado, é verde e exuberante graças a uma fonte de água doce tão pura como a de montanha. Na verdade, é um poço artesiano de onde jorram as águas do “gorges du loup”, abaixo do Monte Cheiron, localizado a mais de vinte e cinco quilômetros no interior de França, perto da aldeia de Gréolières. Essa característica particular provou ser muito útil para os 20 monges beneditinos que vivem na abadia da ilha e que assim podem cultivar oito hectares de vinhas, cinco para vinhos tintos e três para brancos. Trata-se de uma produção muito limitada, não mais de 35 mil garrafas por ano, mas de excelente qualidade: Saint Pierre (clarette/chardonnay), Saint Honorat (syrah) Saint Césaire (chardonnay) Saint Sauveur (aged syrah) Saint Cyprien (vignioer), Saint Lambert (mourvèdre) e Sainte Ombeline (chardonnay). O preço é adequado à qualidade e os monges podem degustá-las só aos domingos.


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