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Pequeno paraíso com sotaque português no Atlântico

por Redação

por_ Annibale Fasciolo tradução_Vania Andrade

Se não pode ficar longe das vitrines de Dolce & Gabbana, Armani, Versace, Hermes, Louis Vuitton, Prada e companhia, não vá para Porto Santo: não as encontrará! Porto Santo é uma ilha que ainda não foi contaminada pelas grifes que já se encontram em todas as localidades, onde os ricos costumam marcar presença constante. Também ali a crise chegou de forma bem dura há alguns anos e adiou a invasão de lojas todas iguais, mas não se sabe por quanto tempo. 

A ilha vive de turismo, mas de um turismo simples, que curte a natureza, não teme o vento que, sendo no meio do Atlântico, sopra em torno dela. As poucas lojas da capital (por assim dizer, um vilarejo…) vendem camisetas, cinzeiros, sandálias e suvenires locais, alugam lambretas e bicicletas, indispensáveis para circular pelos poucos caminhos quase impenetráveis e aproveitar as vistas de tirar o fôlego que se abrem a cada passo. Depois, vive de sua praia, a “praia dourada”: nove quilômetros de areia bem fina, sem pedras, voltada ao sudeste, quase vazia também na alta temporada. Tem um mar limpíssimo que não é frio, como se esperaria do oceano, para a confluência da corrente africana e de uma ramificação daquela do golfo.

Poucos quilômetros quadrados que já foram quatro vezes mais: na verdade, a origem é vulcânica, resultado de uma erupção de muitos milhões de anos atrás, como nos explicou Andrea e Ruben, guias turísticos e ao mesmo tempo geólogos apaixonados. O tempo e outros movimentos tectônicos reduziram o nível das terras ao norte, que agora estão a uma dezena de metros debaixo da água, enquanto ao sudoeste, na direção de Madeira, o oceano desce mais de 2.000 metros. A geologia da ilha é realmente interessante: é um dos poucos lugares do mundo, junto ao Giant’s Causeway na Irlanda, perto do campo de golfe do Royal Portrush, em que se encontram aquelas protrusões pentagonais de rocha que, no estado fundido, foram empurradas para cima por causa da força da natureza, congelando-se misteriosamente nesses formatos geométricos: parece que se observa um grande órgão de rocha, com tubos cinza que se encurvam, comprovando a enormidade dos “empurrões” que os criaram.

O grande campeão Severiano Ballesteros se encantou com o local em ocasião do Aberto de Madeira de 2002. A lenda, ou melhor, a história diz que do pico no mar, onde agora se encontra o tee do buraco 14, Ballesteros “viu” o campo e imaginou o projeto que se tornou realidade dois anos depois como Porto Santo Golfe

O mar é realmente muito limpo, porque as águas “negras” da ilha (que tem pouquíssimas nascentes), devidamente purificadas, servem para… irrigar o campo de golfe. O investimento, público, do Governo Regional de Madeira, se uniu ao maravilhoso projeto de uma pessoa que se nomeia com certa emoção, Severiano Ballesteros. Aconteceu aqui em 2002 em ocasião do Aberto de Madeira e a lenda, ou melhor, a história, diz que do pico no mar, onde agora se encontra o tee do buraco 14, Ballesteros “viu” o campo e imaginou o projeto que se tornou realidade dois anos depois como Porto Santo Golfe. Colocaram no local uma lápide que lembrará a todos, para sempre, o maior jogador europeu. Dois buracos, o 13 e o 14, pares três e quatro, requerem sobrevoar o mar que, lá embaixo, está repleto de peixes-bola. Não são os únicos belos buracos; todos os outros desfrutam de um panorama maravilhoso e do mar que, considerando as dimensões reduzidas da ilha, está sempre à vista; o 1 passa justamente debaixo do órgão de rocha. No final, jogamos em 7.036 jardas par 72 a partir dos brancos, ou 6.544 a partir dos amarelos: um campo bastante difícil, não é um joguinho para turistas. Mario é o diretor, omito os sobrenomes porque em Portugal são muitos; muito gentil, ex-bancário, agora apaixonado pelo seu novo trabalho. Foi ele que disse tudo sobre esse campo de golfe sempre aberto, 40 torneios de maio a setembro, sendo os italianos os primeiros clientes, seguidos por ingleses e alemães.

Portanto é um golfe de impacto zero, como agrada aos ambientalistas; um rumo que a administração local escolheu com grande afinco. Conta com três usinas para a energia eólica, que cobrem quase a metade da necessidade elétrica, e dessalinizadores para fornecer água corrente a todos. Melhor beber a água mineral, mas a da torneira também é potável.

Os hotéis não são muitos, mas atendem a todas as faixas. O Pestana, cinco estrelas, é fabuloso; à beira-mar, conta com estruturas baixas, quartos bem refinados, piscinas, vilas reservadas, seis restaurantes de todos os tipos e área para as crianças de 4 a 12 anos, até com uma área agrícola para ensiná-las que galinhas ciscam no chão e que ervilhas não crescem em latinhas, porque muitas não sabem disso. O gentil gerente, João Martins, nos explicou num inglês impecável que convenceram os clientes a reencher com água mineral as garrafinhas vazias; não sei quantas toneladas de plástico poupam dessa maneira  a cada ano. Os cestos de lixo foram extraídos empilhando pneus usados, que desta forma não acabam indo parar no mar. Baseia-se no sistema all inclusive e é muito frequentado pelos ingleses. O Vila Baleira, quatro estrelas, uma grande estrutura simples e sóbria, é apreciado pelos italianos, a maior presença. 

À beira mar, tem um SPA muito bonito com piscinas quentes, jatos regeneradores de água, saunas, banhos turcos e assim por diante. Também aluga pequenos apartamentos, bastante cômodos, para as famílias que não gostam das restrições do hotel. Ambos são sazonais, da Páscoa até o fim de outubro, mas para quem deseja vir no Natal há pequenos hotéis na cidade sempre abertos


Algo que surpreende no local é a limpeza: nada no chão, a praia que mostra aquilo que o mar traz e não aquilo que a incivilidade dos turistas abandona. Vilas brancas, limpíssimas, com estruturas geralmente tradicionais, mas às vezes futurísticas, obras de arquitetos que se lançaram em um desafio, todas no entanto com grandes janelas direcionadas para o panorama sem limites do mar, quase o enfrentando. 

Enfim, uma palavra sobre a população: são todos portugueses, sem imigração africana, falam o seu idioma cheio de grande musicalidade, bem farfalhante. Mesmo se sabem que toda a sua renda vem dos turistas, a sua cortesia é inata, sincera e desinteressada: assim, se entende porque Cristóvão Colombo, desembarcado ali, permaneceu por alguns anos, se casou e viveu em uma pequena casa que, agora transformada em Museu, pode ser visitada.


ONDE DORMIR
Pestana Porto Santo
All Inclusive & SPA Beach Resort – Cinco estrelas all inclusive.
À beira-mar, conta com seis restaurantes e uma área para crianças de 4 a 12 anos. www.pestana.com

Vila Baleira
Hotel Resort & Thalasso SPA – Quatro estrelas, com piscinas aquecidas e tratamentos de SPA. Também aluga apartamentos para famílias.
www.vilabaleira.com  

ONDE COMER
Torres
No vilarejo de Camacha, de frente ao norte da ilha. 
Tel. + 35 1291984373 

INFORMAÇÕES 
www.visitportugal.com  
www.visitmadeira.pt  


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