Golfe & Turismo

Rio Olympic Golf Course

Um jovem campo de golfe, que acaba de completar somente três anos, inaugurado em 22 de novembro de 2015, e que teve seu auge na Olímpiada do Rio em 2016, quando o golfe voltou aos jogos após 112 anos. O Campo Olímpico de Golfe entrou para a história, perpetuada em seu nome, assim como os campeões olímpicos, a sul-coreana Inbee Park  e o britânico Justin Rose. As primeiras e únicas participações do golfe nos jogos tinham sido em Paris (1900) e St. Louis (1904).
A pergunta dos golfistas brasileiros sempre foi, na verdade ainda muitos questionam, qual o destino do campo de 18 buracos projetado pelo arquiteto norte-americano Gil Hanse, numa área de 970 mil m² de preservação ambiental, o que gerou muitas polêmicas durante a construção, e que custou 60 milhões de reais.
Para a felicidade dos golfistas brasileiros e internacionais, que a cada mês chegam em maior número, o campo está muito bem cuidado e tão bom quanto os golfistas profissionais tiveram nas Olímpiadas. Estivemos com um grupo de golfistas de São Paulo no campo no Rio de Janeiro, num sábado de novembro, e o movimento era grande com fila de espera nos tees de saída e os carts sendo disputadíssimos. No mesmo dia um torneio de golfistas do Gávea reunia mais de 60 jogadores no campo e uma semana depois uma agência de turismo de golfe dos Estados Unidos levou 70 golfistas americanos e canadenses para jogarem no Campo Olímpico.
Pessoalmente, acompanhei o golfe nas Olímpiadas, voltei um ano depois e agora pela terceira vez. O campo está amadurecendo e mantem toda a sua beleza, suas peculiariedades que o fazem ser um campo difícil e que está sempre pronto para um torneio, desafiando os atletas amadores e profissionais.
“O campo está em excelentes condições, desafiador e belo. Jogar no campo Olímpico é uma grande realização pessoal”, comentou Hilton Campos, da São Sento Golfe. Já para SerginérioVanderlinde, golfista filiado a Federação Paraense e Catarinense de Golfe, é difícil expressar em palavras, é necessário sentir a emoção, buraco a buraco e agradecer pelo privilégio. Design maravilhoso, armadilhas cativantes, mas é a qualidade da grama que o torna realmente especial. Fantástico!
Para manter essas condições o preço não é pouco e o trabalho é muito. Segundo Carlos Favoreto, presidente do campo, o objetivo é não só manter a qualidade, mas estar sempre melhorando. “Os custos de manutenção do campo variam de 350 mil a 450 mil reais mensais. São custos variáveis devido, principalmente, ao uso de insumos agrícolas e do consumo de energia elétrica, ambos atrelados as condições meteorológicas, no caso do Campo Olímpico de Golfe”, diz Favoreto.
“Atualmente recebemos em torno de 5 mil pessoas mês no Campo Olímpico de Golfe, sendo a grande maioria golfistas amadores e iniciantes. Iniciamos com registro de 50 pessoas nos visitando por mês em janeiro e fevereiro de 2017. Em janeiro de 2018 registramos quase 3 mil pessoas por mês. E agora, desde agosto de 2018, já subimos para 5 mil.
Os resultados do trabalho desenvolvido por todos é visto também no  termômetro de acompanhamento do desempenho nas redes sociais, onde temos registrado 140 mil visualizações por mês, sendo a grande maioria de estrangeiros”, completa Carlos Favoreto.
Nos planos para 2019 está a instalação completa do restaurante e de dois novos bares/lanchonetes, conclusão da Academia de Esportes, da Capela Ecumênica, além de um SPA para atendimento de golfistas e não golfistas.
Diariamente, 35 funcionários trabalham na manutenção e preservação de todo o complexo, com todo cuidado com a grama ZeonZoysia, que se estende aos 400 mil m2 do campo.
Segundo a empresa ECP Environmental Solutions, que construiu o campo e faz a administração por contrato com a Confederação Brasileira de Golfe (CBG), o projeto original do campo de golfe foi reformulado e adaptado de forma a seguir os parâmetros ecológicos. Tal tarefa coube a um time formado por sessenta especialistas, com vasta experiência em restauração ambiental, que também tem no currículo as obras do Parque Olímpico, do Elevado do Joá e da ecorrodovia RJ 165, construída para ligar as cidades de Paraty Cunha. No local, com 1 milhão de metros quadrados, dos quais 58.000 estão dentro do Parque de Marapendi, os profissionais plantaram 35 espécies nativas — seis delas ameaçadas de extinção —, totalizando 900.000 mudas.
As sementes foram cultivadas com adubo natural e sem agrotóxicos, e a grama especial veio do Texas, nos Estados Unidos. Tolerante à seca, ela consome até 40% menos água, economizando na irrigação, feita a partir de aquíferos naturais.
O Campo Olímpico de Golfe é um dos maiores legados das Olimpíadas, segundo a sua diretoria, e único espaço esportivo que está em pleno funcionamento. Reconhecido como o melhor campo de golfe do Brasil, pela revista americana Golf Digest, recebeu em 2016 o prêmio anual Green Star Award. Pela primeira vez, um campo fora dos Estados Unidos conquistou a premiação, que avalia o cuidado ecológico no projeto.
O oásis verdejante recriado na Barra permitiu, por fim, o resgate da fauna local, atraída pelo aumento de 167% da cobertura vegetal da região. Passaram a dar o ar da graça, por ali, até mesmo animais ameaçados de extinção no estado, como a rara borboleta-da-praia.
Os animais que vivem na restinga recuperada da região, como capivaras, jacarés, preguiças, cobras e pássaros, encantaram torcedores e jogadores desde a Rio 2016 e viraram celebridades internacionais pelas as lentes da imprensa estrangeira. Hoje, quem anda pelo campo, fruto de um projeto de recuperação ambiental, encontra placas que informam sobre possíveis encontros entre homens e animais.
“Conseguimos mais do que dobrar a presença da fauna no local desde junho de 2013, quando começamos as obras”, afirma Carlos Favoreto, presidente do campo e engenheiro agrônomo. Hoje, segundo ele, há registros de 285 espécies, contra as 118 catalogadas há três anos por ali.
A população em geral pode visitar o Campo Olímpico, acompanhando as tacadas dos golfistas, aberto ao público de terça a domingo e tornou-se uma opção de passeio para toda a família. Além do contato com a natureza, o local tem um excelente restaurante e um lugar privilegiado onde é possível assistir ao pôr do sol. Os visitantes tem um “carro- bicicleta” para levar as pessoas para passearem pelo campo.
Além disso, há projeto “Golfe que te quero Golfe”, com o objetivo de levar educação ambiental e o primeiro contato com o golfe aos alunos das redes públicas, de forma lúdica e esportiva.
Após aprenderem sobre o esporte, que estimula a atenção, concentração, cavalheirismo, noção de espaço, interação com grupo, dentre outros, as crianças, inclusive portadores de deficiências, têm o primeiro contato com o esporte, o que é uma oportunidade ímpar para todos. Os professores Nico Barcellos, head pro do campo, e Igor Santanna ensinam os alunos a swing com o taco de golfe, mostram a postura correta, bem como todos fundamentos do esporte. Igor também tira todas as dúvidas dos estudantes e dos professores das escolas, que também podem dar suas primeiras tacadas.
Quem quiser aprender o esporte, o Campo oferece três aulas gratuitas para com duas horas de duração para iniciantes, aos sábados e domingos, às 10 horas e é necessário marcar com antecedência. O aluno que deseja continuar praticando é orientado a ter aulas particulares até que seja habilitado a jogar no campo de prática. Porém, desde as primeiras aulas já estão aptos a participar de torneios para iniciantes, que acontecem uma vez por mês e são divididos entre categorias: para crianças, adultos, homens e mulheres.Também há aulas individuais e em grupo para golfistas amadores de nível intermediário e avançado, a partir de R$40,00 com 30 minutos de duração.
Para quem gosta de disputas mais acirradas é realizado mensalmente o Legado Olímpico, torneio aberto a todos os golfistas. O campo tem dois preços de greenfee. Segundo a tabela, para os residentes no Brasil custa R$ 210,00, 18 buracos, e e R$ 410,00 para estrangeiros. O aluguel de cart é R$ 150,00 e a locação de tacos R$ 100,00.
Para os golfistas brasileiros só há um conselho, se não foi, vá logo e divirta-se num campo único e desafiador. No Campo Olímpico só conseguimos encontrar um defeito, como ele fica quase a beira do mar, o defeito é não ter nenhum buraco com vista para o mar. Mas nem tudo pode ser perfeito, brincam os jogadores nos greens perfeitos.

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