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Visibilidade ao golfe adaptado

por redação

golfe adaptado vai se desenvolver muito nos próximos anos no país, acreditam e lutam por esse futuro todos os envolvidos no esporte. Principalmente depois da participação de sucesso da equipe de sete brasileiros no primeiro Mundial de Golfe para Cadeirantes (International Wheelchair Golf Open Championships), realizado no Club de Golf Son Antem, em Mallorca, na Espanha, de 15 a 17 de novembro.  O torneio foi organizado pela Fundación Handisport e teve a participação de 40 jogadores de 21 países dos cinco continentes.

Muitas trocas de experiências, bons resultados e os paratletas do golfe brasileiro voltaram animados para disputar na Associação Esportiva São José, em São José dos Campos (SP), a 3ª Disabled Golf Cup Pro-Am, no dia 25 de novembro. Além de cinco integrantes da equipe brasileira no Mundial – Ademir Lopez Rodrigues, Aline Bustamante, Edson José de Souza, Leka Nunes e Lucas Oliveira – e de outros cadeirantes, também competiu Luís Carlos Person, o único golfista cego do Brasil.

O torneio foi também um Pro-Am, com a participação de golfistas profissionais e amadores. Foram formadas 12 equipes, integradas por um cadeirante ou golfista adaptado, um profissional e três golfistas caminhantes. Uma festa do golfe adaptado e de inclusão social, onde todos jogaram juntos e com as mesmas regras.

Nos resultados finais a vitória no Pro-Am, categoria masculina, foi da equipe formada pelo cadeirante Eltinho Siqueira, o profissional Hernandes Barros Silva e os amadores Roberto Rodrigues, Eduardo Bradaschia e Yuri Nagata. Os vice-campeões foram o cadeirante  Edilandio Silva Santos, o profissional Marcos Pedro e os amadores Adailzo da Silva e Nilton Santos. Em terceiro lugar ficaram o cadeirante Aparecido Lima, o profissional Rogério Oliveira  e os amadores Geraldo Dontal, Atanacildo Escobar e Neusa Furukawa.

campea-3Na categoria feminina, a equipe campeã foi formada pela cadeirante Aline Bustamante, o profissional Anderson Namur e os amadores Marcos Moriguti, Lia Moriguti e Tiago Moriguti. Em segundo lugar ficaram a cadeirante Alessandra Nunes, o profissional Donizete Souza e os amadores Juliano Fornari, Ivan Santos e Lie Gwen Chang.

Houve também premiação por equipes patrocinadoras do torneio. No masculino, em primeiro lugar a equipe PwC, seguida por KPR e Real Green. No feminino, a vitória foi da Regatec e em segundo lugar ficou a PwC.

“Este é o esporte que escolhi para beneficiar minha vida. É domínio psicomotor, cognitivo-afetivo, recreação e lazer. Fui vice campeão no Pro-Am e com apenas seis meses de treinamento, uma vez por semana no driving range do Paradise Golf Club, na cidade de Mogi das Cruzes. Agradeço de coração ao meu amigo e técnico Adailzo da Silva Junior, a minha professora, mestra em educação física, Nathalie Silva, e todos os profissionais e organzadores do torneio”, disse Edilandio Silva Santos.

A 3ª Disabled Golf Cup Pro-Am tem patrocínio de KPR Negócios Imobiliários, Real Green, PwC, Toro, Kiko Sawaya, Regatec  Sistemas de Irrigação e Honda Daitan, e apoio de Mercure Hotel, Novotel, Íbis, Accor Hotels, Masso, Napolli Sorvetes, Tradicional do Vale, Breton, Suco Prat’s, Viva Amazon, Terapeutica, Mamoro Festas e Decorações, Alppe, Chef Nicole Tolomelli, Decanter, Petit Tour, O Rei do Peixe, Natural Valle, Convenction, Área Fly Produções, Itograss e Proteijo.

Tacadas internacionais

Juracy Barros, coordenadora do Projeto Golfe Adaptado para Cadeirantes em São José dos Campos, que organizou a equipe para o Mundial, arrecadando fundos com a doação de green-fees de uma dezena de clubes de todo o país, também promoveu o torneio deste domingo, em São José dos Campos. Dos cadeirantes que estiveram na Espanha, somente Evandro Bonocchi e Matheus Sampei, que viajaram com patrocínio próprio, não participaram no torneio aqui no Brasil.

campea-2A equipe dos cadeirantes viajou sem apoio financeiro de nenhuma da entidades do golfe brasileiro. Juracy Barros e o professor Wanderley Garcia também estiveram no torneio na Espanha.

Evandro Bonocchi foi o único brasileiro a ganhar troféu, por ter feito o melhor resultado net entre os cadeirantes que jogam com apenas uma mão.

Evandro Bonocchi ficou em terceiro lugar em sua categoria geral, para handicap índex de 26,1 a 35,9. Ademir Lopez Rodrigues foi sétimo nessa categoria, e Matheus Sampei, 11º. Os outros quatro brasileiros jogaram na categoria 4, com handicap 36. Aline Bustamante terminou em sétimo, segunda por Leka Nunes e Lucas Oliveira, em oitavo, e Edson José de Souza em 11º.

“Esse troféu terá um lugar especial. Estou feliz demais por tê-lo conquistado. Quando fazia postagens nas redes sociais sobre o torneio meses atrás, eu sempre colocava a legenda ‘Para fazer história!’, então está aí, promessa cumprida! ‘Best net one arm played’”, afirmou Evandro Bonocchi.

“Bom, não foi nada fácil, pois os caras são bons e praticam a muito tempo na cadeira para golfe, mas valeu a experiência e trago comigo muito aprendizagem e muita gratidão a todos. [Agora é] bola pra frente, continuar treinando e corrigir os erros. A vida segue e muito obrigado, que Deus abençoe todos”, comentou Leka Nunes.

Agora no país, quatro golfistas possuem cadeiras ParaGolf, com tecnologia de banco móvel que lhes permite bater na bola na posição ereta, além de poder jogar das bancas e greens.

Evandro Bonocchi e Matheus Sampei já tinham as suas ParaGolf, e, em Mallorca, Christian Nachtwey, representante do fabricante, presenteou Edson José de Souza e Lucas Oliveira com essas cadeiras.

“A cadeira que Deus preparou para mim, estou muito feliz por esse presente. Obrigado, Christian. De volta para o Brasil e feliz demais por representar meu país. Um sonho realizado”, disse Lucas Oliveira.

campea%cc%83-1Segundo Juracy Barros, “o Mundial de Golfe para Cadeirantes, na Espanha, foi maravilhoso, nos proporcionou uma experiência incrível e que vai acabar refletindo no nosso desenvolvimento aqui no Brasil. Trocamos informações com pessoas do mundo todo e estamos no caminho certo. Fomos muito bem recebidos e todos ficaram encantados com a equipe brasileira e o trabalho desenvolvido por nós aqui. Parabéns a toda a equipe e também ao professor Vanderlei Garcia, que fez um trabalho deslumbrante com eles, um trabalho maravilhoso. Foi a maior delegação de esportistas,  ‘the big time Brasil’, e trouxemos uma ‘taqueira’ inteira cheia de experiências e aperfeiçoamento para nosso golfe adaptado. A meta agora é ter mais golfistas, levar a experiência para o Brasil inteiro, e realizar um torneio internacional já em 2019 aqui no país”.

O projeto do golfe adaptado começou em 2012 na Associação Esportiva São José, tendo Juracy Barros, especialista em treina-mento específico para golfistas pelo Titleist Performance Institute, como coordenadora e Wanderley Garcia como professor de golfe.

No primeiro semestre do próximo ano, outro avanço na formação e treinamento de paratletas serão as aulas de golfe para os atletas do Centro Paraolímpico Brasileiro, na capital paulista, numa parceria com a Federação Paulista de Golfe. As aulas serão dadas pelos professores que participaram do primeiro curso de capacitação para profissionais para o golfe adaptado. 

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