Home Técnica Bradley apresenta 2ª parte de aulas com imagens para melhorar o jogo

Bradley apresenta 2ª parte de aulas com imagens para melhorar o jogo

por redação

Um bom ensinamento também tem que divertir, logo, capturar a imaginação de um jogador, dar a possibilidade de experimentar e conectar sensações a movimentos específicos e a determinada técnica

De_Nick Bradley  |  Ilustração fotográfica_Mark Newcombe | Tradução_Vania Andrade

Uma das lições fundamentais para qualquer golfista é a importância de uma ação correta do corpo, traduzível na repetição de um swing sólido. O movimento de rotação, ou seja, o enrolamento e o desenrolamenato do corpo, é superimportante para um resultado eficaz e seguro.

Antes de tudo, trata-se de um fluxo de energia do início ao fim do movimento. Pense no jeito como um pescador lança a mosca… O movimento agraciado na rotação, no momento em que se afasta do alvo, recolhendo a vara com um backswing leve e criando aquele retardo fundamental nos braços, quando o corpo inverte a direção e solta o peso do jato em uma aceleração criada com naturalidade a partir desse movimento cinético.

1 – Controle e pausa: o downswing começa antes que o backswing se complete; sinta-o através de um leve movimento de inversão de direção do joelho esquerdo, desenrolando-se de baixo para cima
2 – Na posição “squat”: este é um momento-chave de “contenção” no downswing. Após ter invertido a rota, o busto parece parar por uma fração de segundo, antes que os quadris girem no impacto
3 – Um finish completo: quadris e busto na direção do alvo, joelhos juntos e um equilíbrio perfeito

A primeira imagem (1) mostra a ação de rotação exatamente no início do downswing e o segredo está em inverter o impulso nessa posição quase antes que o backswing se complete. O taco ainda está indo para trás quando o corpo começa o downswing. Observe as franjas na minha perna esquerda, que mostram como o joelho esquerdo está se movendo para a frente em reação ao deslocamento do peso na direção do alvo; é uma imagem muito clara para pensar quando for começar o downswing: faça com que as franjas se movam antes! A imagem seguinte (2) ilustra a reação do resto do corpo em relação ao movimento inicial. Todas as franjas escorrem rapidamente e na direção certa. A última imagem (3) é um finish completamente girado. O joelho direito está praticamente “disparado” na perna esquerda (vai estar mais ainda no momento imediatamente seguinte, mais dinâmico), a linha da cintura está horizontal e o peito virado à esquerda do alvo. Experimente esse exercício com os braços atrás das costas e sentirá bem o fluxo de energia. Exercitando-se, você reforçará o apoio do swing e poderá obter mais velocidade com menos esforço, o segredo dos jogadores do Tour.

Primeiro, volte às bases: se tiver a necessidade de encontrar pontos firmes do swing, comece pela estabilidade da cabeça e dos joelhos, os três elementos-chave para poder criar um movimento sólido. Depois, lembre-se, os bons jogadores têm o hábito de mover muito pouco a cabeça e os joelhos; esses devem ser os pontos de referência a usar

Primeiro, volte às bases: se tiver a necessidade de encontrar pontos firmes do swing, comece pela estabilidade da cabeça e dos joelhos, os três elementos-chave para poder criar um movimento sólido. Depois, lembre-se, os bons jogadores têm o hábito de mover muito pouco a cabeça e os joelhos; esses devem ser os pontos de referência a usar

Os três pontos fortes

Ao trabalhar com os jogadores do Tour, geralmente é preciso enfrentar problemas de equilíbrio que, porém, não têm nada a ver com o verdadeiro swing. Quando é técnico demais, o jogador perde todas as sensações necessárias a uma boa tacada. Quando é fluido demais, perde a “disciplina” do movimento. Certo nível de jogo requer essas duas qualidades e em proporções iguais. 

A imagem acima é para o golfista que primeiro perdeu a disciplina, o corpo e, sucessivamente, o taco. A partir do momento em que o corpo determina o movimento do taco, se as coisas não deram certo, temos que observar o corpo.  Os três pontos de referência são a cabeça (e, consequentemente, a coluna vertebral) e os joelhos.

Observe qualquer grande jogador, mesmo voltando no tempo, e perceberá que os três pontos de referência se movem muito pouco e agem sempre como eixo durante todo o resto do trabalho, que se desenvolve acerca deles e em seu suave movimento. Por isso, se estiver em busca de um ponto de partida, tanto para um check-up normal quanto para corrigir algo que o incomoda no seu swing, focalize esses fundamentos e se concentre na exatidão do movimento, determinada pela estaticidade da cabeça e pela estabilidade dos joelhos.

O release do braço direito

O movimento do braço direito pode ser um problema tanto para um bom jogador quanto para um jogador de fim de semana. Quando se tende a fazer hook ou push, o braço direito geralmente fica bloqueado para trás durante a rotação do corpo na descida e depois é levado para a bola por uma trajetória interna demais. Já quem geralmente faz slice tem o braço direito parado e estreito durante o downswing e nas fases seguintes do release e follow-through, quando o braço direito segue, mas fora de sincronia. Em ambos os casos, o braço direito deve ser liberado melhor.

Captura de Tela 2016-07-13 às 15.07.24Como se pode ver na imagem ao lado, uma boa ideia para pensar corretamente no release é visualizar o braço direito na sua extensão máxima quando o taco toca a bola. Isso não quer dizer que o pulso direito esteja completamente liberado, mas certamente o braço deve ter essa sensação.

Imagine ter uma lâmina com a intenção de cortar a bola ao meio. Experimente algumas vezes, para ter a sensação da qual estou falando e entender a diferença. Em outras palavras, pense que tem um arco e uma flecha: uma vez alongado o arco para trás, solte-o completamente.

A carta na manga para colocar no buraco: face do taco reta 

É um exercício visual que usei com muitos profissionais do Tour, mas provavelmente funcionou melhor na semana em que Justin Rose venceu o Volvo Masters em Valderrama e, consequentemente, o European Tour Order of Merit 2007. É muito simples e realmente eficaz. Grande parte do golfe se baseia na capacidade de perceber ou criar a resistência correta ao bater na bola. Por exemplo, existe, claramente, um tipo diferente de força e de pressão quando se joga com um driver ou um putter. Um é extremamente rápido e duro, o outro, muito mais lento e macio. No livro, convido a praticar o putt com um baralho de cartas em sua caixa (é possível obter a mesma finalidade com uma caixa de fósforos, um bloquinho simétrico de madeira ou um pedaço de perspex). Bem simplesmente, é necessário praticar até quando se é capaz de mover o baralho de cartas (ou caixa de fósforos ou bloco de madeira) em uma linha perfeitamente reta. Quando conseguir, poderá ter a certeza de que a face do seu putter está reta no impacto com a bola. O efeito positivo que se cria é a capacidade de sentir a tacada reta.

Não desloque o peso e seja agressivo…

Sempre acreditei que o segredo para aprender rapidamente deriva da arte de conceituar certa habilidade. Sobre isso, as tacadas da banca causam aos amadores muitos problemas em relação a qualquer outra parte do jogo. A primeira coisa necessária para uma tacada decisiva da banca em torno do green é determinar o ponto de impacto do taco na areia, um ponto nítido e decidido, porque você precisa saber bater sempre o mesmo ponto na areia atrás da bola. Nesse caso, aquilo que mais incide é a distribuição do peso.

Com o peso na parte esquerda, você pode buscar um ponto sólido de impacto atrás da bola. Abra a face do taco para que ele possa ricochetear no impacto, e imagine o taco deslizando na areia como um par de esquis

Com o peso na parte esquerda, você pode buscar um ponto sólido de impacto atrás da bola. Abra a face do taco para que ele possa ricochetear no impacto, e imagine o taco deslizando na areia como um par de esquis

Observe minha perna esquerda: a cor vermelha mostra onde você tem que sentir a maior parte da pressão. Uma vez criada a posição, o centro do corpo, mais precisamente o esterno, está na frente da bola. Durante o backswing, essa pressão continua sempre no pé para a frente e não se move dali. Nesse caso, a coisa menos correta a fazer é o deslocamento do peso, tanto que os melhores jogadores de banca mantêm o seu peso firme durante todo o movimento.

O segundo conceito é o efeito “ricochete”. Esse é um elemento-chave dessa técnica. Você poderá se permitir ser bastante agressivo na tacada, soltar o taco com certa velocidade, mais do que sentir o taco escavar, e aproveitar plenamente a fluidez da cabeça do taco pela areia. O efeito “ricochete”, indicado aqui mediante um par de esquis na sola do taco, é positivo porque ajuda a remover uma quantidade superficial de areia. O paradoxo do jogo na banca é que, enquanto se deve ter a sensação de bater com profundidade, o design do sand é tal que, quando se abre a face do taco para criar o efeito de ricochete, a sola do taco quer deslizar pela areia. Portanto, você pode jogar com agressividade e fazer a cabeça do taco deslizar pela areia, pegando areia e bola com velocidade.

Joelhos juntos

Para um swing eficiente, faça com que o joelho direito “ataque” o esquerdo para conseguir unir os joelhos no finish.

Mediante esta sequência de imagens, pode-se observar que fazer os quadris girarem novamente no downswing libera o joelho direito, para que ele possa trabalhar à esquerda na posição de follow-through. A sensação dos joelhos em contato ajudará ainda mais no deslocamento correto do peso no pé esquerdo no downswing. Outra vantagem é que quem tende a ter o ponto mais baixo do arco do swing demais para trás em relação à bola no momento de impacto, mediante o impulso ao finish do joelho direito, conseguirá deslocar aquele ponto do arco do swing mais para a frente em relação à bola, aumentando a possibilidade de fazer uma tacada bola-divot com os ferros. Portanto, permita ao joelho direito tocar no joelho esquerdo e ter o deslocamento correto de peso para o finish, ou seja, na maior parte no pé esquerdo e em equilíbrio na ponta do pé direito.

A tacada baixa

Finish baixo para uma bola baixa: busque a sensação de acompanhar e “cobrir” a bola com o busto e a parte de cima do corpo, enquanto o peso se desloca ao pé para a frente

Finish baixo para uma bola baixa: busque a sensação de acompanhar e “cobrir” a bola com o busto e a parte de cima do corpo, enquanto o peso se desloca ao pé para a frente

Arnold Palmer uma vez disse que, toda vez que jogava em um campo estreito e repleto de árvores, fazia tacadas mais baixas do que a altura das árvores, ou seja, tacadas tesas e controladas. Sob pressão, a maioria dos melhores jogadores do mundo prefere manter a bola baixa. A seguir algumas sensações úteis para o set-up e o swing, quando for experimentar aquela tacada baixa:

1. Jogue com a bola atrás no stance, o equivalente à própria amplitude da bola (cerca de 5 cm para trás em relação à posição normal). Mais ou menos na frente do esterno.

2. No address sinta-se com os ombros levemente abertos e virados para o alvo. Isso ajudará no momento fundamental em que lança a bola, porque…

3. …porque, com a bola levemente atrás no seu stance, na verdade, a trajetória do taco iria para a direita dessa maneira. Para compensar essa geometria é preciso sentir a rotação à esquerda ao bater a bola (motivo pelo qual os ombros devem estar abertos no início e pré-moldados nessa posição com trajetória pronta, apontando um pouco à esquerda).

4. Se quiser bater baixo na bola, então você precisa se sentir baixo no impacto até o finish. Assegure-se de que o follow-through e especialmente o braço direito estejam baixos e no peito no finish.

Abordagem com backspin: Que satisfação!

Para dar backspin, faça um swing amplo e superficial com uma determinada velocidade na parte mais baixa do arco do swing (por isso, experimente fazer as cores da bola de praia girarem rapidamente)

Para dar backspin, faça um swing amplo e superficial com uma determinada velocidade na parte mais baixa do arco do swing (por isso, experimente fazer as cores da bola de praia girarem rapidamente)

Não se trata da rodinha do Mac quando se está perdendo um arquivo importante… mesmo se sabemos alguma coisa. Trata-se simplesmente de uma imagem a ser usada para jogar as abordagens com técnica e determinação, dar backspin à bola, manter sua trajetória sob controle e fazê-la aterrissar na área da bandeira.

Lembro-me de Nick Faldo contar que, para obter backspin com o wedge, imaginava ter um pedaço pequeno de papel-lixa na face do taco e depois visualizava a sensação de atrito da lixa na bola; uma ótima imagem para ter em mente e que vale a pena experimentar. Mas não é a única: imagine ter o que fazer com uma daquelas bolas de praia multicoloridas na qual deseja dar uma tacada para gerar spin e fazê-la girar no momento em que não está mais em contato com a face do taco.

Sempre considere que a velocidade é o fator determinante quando se quer dar spin à bola com o loft. Logo, é preciso levar em consideração dois elementos técnicos: o primeiro é que, pessoalmente, prefiro sempre ver os jogadores de elite e os profissionais do Tour executarem essas tacadas com um ângulo de ataque não muito acentuado, já que não gosto das tacadas profundas, nem dos divots enormes na grama. O segundo elemento técnico é evitar uma flexão excessiva dos pulsos no backswing.

Seria melhor que a maioria dos amadores fizesse a tacada com um backswing mais amplo e com menos jogo de pulsos, eliminando assim uma série de riscos que poderiam levar a uma tacada nada sólida; por isso, é preciso sentir as mãos leves.

Se tiver que fazer as cores de uma bola de praia girarem rapidamente (exatamente o que desejamos fazer com um wedge com o spin), não bata no equador da bola, tocando-a diretamente no centro. Limite-se a triscar rapidamente a parte inferior da bola e assim aquelas cores se confundirão num redemoinho por causa da velocidade adquirida pelo impulso.

Para os mais experientes, pratique a sensação da velocidade das mãos e da cabeça do taco de uma posição de backswing amplo a um finish controlado (observe como Ernie Els joga essa tacada).

Dê o spin na parte externa, não no núcleo. Comece com um swing amplo e, uma vez adquirida familiaridade, experimente depois no release as sensações e a técnica em tacadas com spin e trajetória diferentes.

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