O ano de 2020 foi totalmente atípico, com a pandemia do coronavírus afetando praticamente todos os setores da sociedade. No esporte não foi diferente, e se no início do ano passado as expectativas eram altas, inclusive com a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, logo notou-se que a temporada seria totalmente comprometida.
No golfe, mundo afora as competições foram adiadas ou canceladas, e durante boa parte do último ano sequer os clubes puderam abrir para receber os golfistas. Com o passar dos meses a situação foi mudando um pouco, clubes e academias reabriram, e alguns torneios chegaram a ser disputados. Mas não há dúvidas que os atletas foram altamente impactados com o período de quarentena.
A CBGolfe oferece aos principais atletas do país uma equipe multidisciplinar, que incluí preparação física, técnica e mental. Os responsáveis por essas áreas trouxeram alguns insights sobre o período de distanciamento social e como os atletas poderão se preparar para os torneios que podem ser realizados neste ano.
“A situação toda foi uma situação difícil, no início com muita ansiedade, sem poder treinar. Muitos fizeram a parte técnica, física e mental em casa, com orientação da equipe multidisciplinar da CBGolfe, o que foi muito importante. Quem ficou mais afetado foram os juvenis, os mais novos, mas o trabalho, mesmo à distância, foi muito importante nesse momento, mantendo os atletas em atividade, tanto na parte mental, diminuindo a ansiedade com a volta, e na parte física, para manter todo mundo em forma, fazendo seus treinos adaptados em casa”, destaca Erik Andersson, coach nacional. “Em relação à parte técnica, muitos aproveitaram para aprimorar o swing, como foi o caso da Luiza Altmann, que trocou de técnico e aprimorou a parte técnica e tática. E conforme os torneios foram voltando, fizemos um trabalho diferenciado. Eu acredito que no nível mais alto, quando você vai voltar a jogar após longo tempo parado, com a expectativa alta, a gente tente buscar uma volta mais suave, sem colocar pressão por resultados imediatos, para voltar gradativamente ao ritmo ideal. Tem que deixar acontecer, e a parte mental do golfista, nesse sentido, é muito importante, para ter o resultado positivo”, complementa.
Gabi Arantes, da Academia Tiro Certo e da equipe de preparação física da CBGolfe, concorda com Erik e complementa: “o que mais se perdeu nesse período foi mesmo o ritmo de jogo, porque com todo esse tempo parado, sem a rotina da competição, o aquecimento, as adaptações nos treinamentos, os atletas sentem dificuldade em voltar a competir. E acredito que isso foi muito peculiar, individual mesmo, porque tem muito golfista que treina na academia do condomínio que mora e conseguiu manter uma rotina de treinamento. Diria que alguns até conseguiram dar um gás nesse sentido. Então tivemos prós e contras, claro, porque tem esse lado negativo de não competir, não ter o ritmo de jogo, não ter a academia com personal, mas por outro lado muitos atletas conseguiram fortalecer sua musculatura e a força física, o que também é muito importante. Agora para a volta dos torneios é preciso dar continuidade com a preparação física que já vinha sendo feita, de preferência presencialmente com um profissional da área, e tentar trabalhar bastante o foco e a mente”, ressalta.
O coach mental da CBGolfe, Roberto Gomez, também destaca a importância do trabalho mental neste momento. “Com certeza a pandemia afetou a todo mundo. O longo tempo parados, sem competições e muitas vezes sem nem poder treinar, com os campos fechado sem nem poder bater bola gerou uma grande tendência natural de afetar a motivação e autoestima. Foi um grande desafio e continua sendo, porque a coisa não acabou ainda. Então precisamos buscar alternativas para manter os atletas motivados para se preparar para um calendário que nem sabemos ao certo como será, quando as competições vão voltar mesmo ao normal. Alguns já conseguiram competir no fim do ano passado, outros não. E isso afetou a carreira de todos”, afirma.
Gomez, entretanto, vê os golfistas brasileiros bem motivados para o retorno das competições. “Eles estão muito determinados a voltar à sua melhor forma, trabalhando muito forte, fazendo exercícios de foco e atenção, cada um buscando se sentir bem. Estamos com um programa para manter eles num nível bacana e acelerar quando os calendários forem de fato definidos, para desenvolver o melhor de cada um”, finaliza.
Ainda com as incertezas dos reflexos da pandemia, a CBGolfe segue dando apoio para a melhor preparação dos golfistas brasileiros, e aguarda as decisões governamentais para confirmar as competições nacionais.
Fnte: CBGolfe