Em rápida passagem pelo Brasil, lenda do golfe afirmou que o golfe poderia impulsionar o turismo nacional
Por Luís Garcia / Fotos: Marcelo de Breyne
Gary Player, um dos maiores golfistas de todos os tempos, esteve no Brasil entre os dias 21 e 24 de outubro para participar como convidado especial da final do Troféu Rolex. Em entrevista exclusiva à Golf & Turismo, ele afirmou que “se o Brasil encontrasse um golfista que seja o que Pelé foi para o futebol, iria crescer muito. As pessoas não virão aqui para jogar futebol, mas elas podem vir para jogar golfe”.
Nativo da África do Sul, Gary Player foi campeão de 9 majors e esteve em solo nacional em algumas oportunidades, disputando torneios como o Aberto do Brasil e o Brasil Classic, do Web.com. Ainda falando sobre um possível craque do golfe e quais benefícios isso teria, Player completou seu raciocínio: “estive aqui mais de cinco ou seis vezes, é um país incrível, tem um potencial enorme. E tem o melhor jogador de futebol de todos os tempos, Pelé, que foi um grande embaixador para lá fora. Golfe e negócios são parecidos, caminham juntos. As pessoas que investem num país geralmente são golfistas amadores e viriam para cá jogar com mais frequência, eventualmente colocar seu dinheiro no Brasil. Todo país precisa de turismo, faz uma diferença massiva para a economia de uma nação. É preciso pensar nas pessoas mais pobres, ajudá-los. Se cada para cada turista que vier você tirar 2 dólares para ajudar os mais necessitados, seria algo importante”.
Como embaixador da Rolex, Gary Player participou neste domingo, 23, da final do Troféu Rolex, realizada no Rio Pardo Golf, e comentou sobre a inspiração que poderia ser aos amadores brasileiros que disputaram o torneio. “Todo golfista quer jogar melhor e estão sempre em busca de uma dica. Mesmo o Tiger Woods está sempre buscando uma dica para aprimorar seu jogo. Fico feliz de poder dar alguns ensinamentos aos amadores brasileiros”.
Vale lembrar que o grande campeão do Troféu Rolex, Clybas Ferraz, ganhou como prêmio a ida para assistir o The Masters, em Augusta, um dos majors da modalidade. Em segundo lugar ficou Oscar Faria Filho e, em terceiro, Mauricio Blanco.
A lenda do golfe ainda comentou o quanto gosta de jogar em solo brasileiro. “Um dos grandes momentos da minha vida foi no Rio de Janeiro, quando joguei 59 tacadas no Gávea Golf Club. Meu sonho era fazer uma volta com menos de 60 tacadas. Tinha um americano que conseguiu esse feito e sempre falava disso. Eu vim ao Brasil e também consegui esse recorde”, relembrou. “Anos mais tarde, em São Paulo também fiz um hole-in-one. Sempre fico feliz jogando aqui”.
Agora aposentado, Gary Player viaja o mundo como embaixador da marca de relógios e divide seu tempo como arquiteto de campos de golfe. “Minha ideia é deixar as pessoas felizes! É preciso construir campos que façam as pessoas se sentirem bem, relaxarem”, ressaltou.
“Uma coisa que acho estranho são pessoas que fazem traçados difíceis demais para um golfista médio. Colocam bancas na frente do green, o que dificulta para os mais velhos e para as mulheres, e outras coisas do tipo. As pessoas saem mais estressadas do que quando chegaram para jogar. Minha ideia é sempre fazer campos bonitos e que deixem as pessoas satisfeitas”, finalizou.
