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Durval Pedroso – O coronavírus e o nosso golfe de cada dia

por Redação

Por Durval Pedroso*

Durval Pedroso: economista e golfista. Foto: Zeca Resendes

Quando da publicação de texto talvez tenhamos alcançado ou não no Brasil o pico desta pandemia, e a grande pergunta que todos nós golfistas estamos fazendo, como fica o nosso golfe de cada dia, que a partir do meado do mês de março passou a não ser praticado na maioria dos clubes?

Sabemos que há um pequeno número de campos abertos, para seus sócios jogarem com exclusividade, com inúmeras e positivas adequações, como é o caso do uso individual dos carts, cada um levando o seu rastelo, não tendo a ajuda de caddies, tendo nas bandeiras o uso de rodelas de isopor para que a bola fique próximo da superfície dos buracos, os vestiários fechados, ficando somente banheiros isolados disponíveis e os restaurantes usando a modalidade do take way.

Sabemos também que muitos profissionais que atuam como professores, como coaches, preparadores físicos, fisioterapeutas e muitos jogadores profissionais do nosso tour ou dos principais tours do mundo, estão usando as ferramentas atreladas a internet para ministrarem as mais diversas aulas, para darem treinamentos indoors dos mais variados tipos, clínicas e dicas para a melhora do jogo futuro principalmente dos amadores. Sabemos também da existência de uma grande quantidade de aplicativos e sites interessantes para se pesquisar matérias e noticias de golfe, e sem dúvida um dos melhores é o do PGA Tour.

Sabemos que há um movimento muito positivo, da Confederação Brasileira de Golfe, das Federações e de boa parte dos clubes, junto às municipalidades onde estão inseridos os clubes, para que nesta saída do nosso lockdown, a prática do golfe seja uma das primeiras a serem permitidas, face ser um esporte praticado ao ar livre, que pode ser praticado tendo uma distância social razoável entre os jogadores.

Há um fenômeno que esta acontecendo em muitos clubes, que em função da impossibilidade de contar com o seu efetivo pleno dos funcionários da manutenção, as direções dos clubes tem aclamado o seus associados, nos campos que estão abertos para sócios, que eles redobrem a atenção nos cuidados do campo. Um desses exemplos fica por conta do Lago Azul Golfe Clube, em Araçoiaba da Serra (SP), que tive a honra em ser presidente e capitão por algumas vezes no passado, houve um mutirão entre os sócios para ajudar a cobrir divots, piques de bolas e arrumação de bancas etc. Gesto que partiu da sugestão de um sócio, mas que foi encampado por um bom numero de sócios, que estão entendendo todos os esforços que atual diretoria vem fazendo neste momento delicado da pandemia.

Tenho certeza que este exemplo é seguido por outros clubes Brasil a fora, e mais ainda, que num futuro breve quando os clubes voltarem às atividades normais, mais jogadores estarão dispostos a conservar seu campo de jogo como nunca fizeram num passado recente. Neste momento não há clubes, nem os mais ricos do país, com boas condições financeiras, uma vez que a pandemia afetou a todos, por isto a ajuda dos sócios é essencial para que eles sobrevivam.

Não tenho procuração para falar em nome de presidentes, de capitães e de diretores de campo, a não ser a minha longa experiência no esporte de seis décadas, mas se esta conscientização se tornar regra, sairemos melhores em termos esportivos desta pandemia, pois a manutenção de um campo de golfe além de ser muito cara, é uma luta diária árdua ao longo das estações do ano.Se isto for verdade, teremos a prática de uma renovada civilidade no golfe, que já vinha um bom tempo sendo deixada de lado, não há jogador que não se irrite em cair num divot não tampado ou num buraco ou marca de pés na banca.

Por fim, gostaria de abordar aqui, neste nosso momento de escassez da pratica do nosso esporte querido, para que todos nós jogadores, independentes do nível técnico de cada um, façamos uma reflexão profunda sobre os nossos comportamentos como parceiros de golfe. Que a paciência e a tolerância que estamos tendo neste tempo de coronavírus, seja transportada para as nossas futuras partidas de golfe do dia a dia, especialmente que traga de volta um “fairplay” muito mais forte, que tanto fez bem ao esporte nestes mais de 300 anos de existência.

Vamos juntos continuar a apoiar o golfe brasileiro!

 

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