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Ouro colombiano

por redação

ouro-colombianoToronto 2015 marca a estreia do golfe nos Jogos Pan-Americanos com medalhas de ouro para a Colômbia e participação ativa do Brasil

A Colômbia entrou para a história como ganhadora das primeiras medalhas de ouro dos Jogos Pan-Americanos, em Toronto, no Canadá, em julho último. Marcelo Rozo, no masculino, e Mariajo Uribe, no feminino, ganharam as medalhas individuais e por equipes mistas no torneio, disputado no Angus Glen Golf Club, em Ontário.

Rozo não vinha de uma boa fase. Depois de ter sido segundo colocado no PGA Tour Latinoamérica em 2014, obteve seu cartão para o Web.com Tour, mas não passou nenhum corte dos sete eventos que disputou. A redenção veio no Pan, quando foi campeão com 275 tacadas (-13), seguido pelo argentino Tommy Cocha e pelo chileno Felipe Aguilar, ambos com 276 tacadas (-12).

No feminino, uma velha conhecida dos brasileiros foi a campeã. Mariajo Uribe ganhou o primeiro torneio profissional de sua carreira no LPGA Brasil Cup, em 2011, no Rio de Janeiro, um ano após ter perdido o título da mesma competição num playoff de seis buracos contra a americana Meaghan Francella. Mariajo foi ouro no Pan com 279 tacadas (-9). A medalha de prata ficou com a americana Andrea Lee, com 281 (-7), e a de bronze, com a paraguaia Julieta Granada, com 283 (-5). A Colômbia também foi ouro na disputa por equipes. A prata ficou com os EUA. A Argentina levou a medalha de bronze.

André Tourinho

André Tourinho

O time brasileiro foi bastante forte, e teve chances claras de medalha, principalmente no masculino, onde foi representado por Adilson da Silva e por André Tourinho. No feminino, as amadoras Luiza Altmann, campeã brasileira adulta e juvenil, e Clara Teixeira, campeã brasileira no ano passado, defenderam o País.

Tourinho, grande estrela da equipe de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Golfe, recentemente se tornara o melhor golfista amador brasileiro da história, ao chegar a uma inédita 45ª colocação no ranking mundial, logo após de ser tricampeão brasileiro. No início do ano, foi bronze no Latino-americano Amador e prata no Sul-Americano Amador. Ele faz parte da equipe de golfe da Marinha. Já Adilson foi o único golfista profissional da delegação, pois só ele estava entre os 500 primeiros do ranking profissional mundial à época da convocação.

O outro competidor masculino era o gaúcho Adilson da Silva, de 43 anos, único golfista profissional da delegação. Se a Rio 2016 fosse hoje, ele estaria classificado para a disputa. Atualmente, ele vive na África do Sul .

Silva e Tourinho terminaram a disputa na 8ª colocação. Tourinho chegou a estar em 4º lugar na primeira rodada. Na segunda rodada, Adilson terminou o dia em 5º. Ambos terminaram a terceira volta em 10º, a cinco tacadas dos terceiros colocados e a sete do líder. No final, ambos somaram 286 tacadas (-2 em relação ao par).

No feminino, as representantes brasileiras foram a paulista Luiza Altmann, atual campeã brasileira e melhor jogadora nacional no ranking mundial amador, e a carioca Clara Teixeira, campeã brasileira de 2014.

A carioca Clara Teixeira ficou em 28º no feminino, com 333. No feminino, Luiza foi desclassificada da disputa individual após a primeira rodada por ter assinado o cartão de jogo com o resultado errado. O cartão marcava 4 no buraco 11, mas ela havia feito 5. O próprio time brasileiro percebeu o erro, e a própria Luiza alertou os árbitros.

“Participar pela primeira vez dos Jogos Pan-Americanos foi uma experiência única. O campo Angus Glen que sediou a Competição estava impecável, a organização foi perfeita e os voluntários fizeram um excelente trabalho. Conviver na Vila Pan-Americana com os ídolos que vemos na TV foi o ponto culminante”, disse Nico Barcellos, chefe de equipe do golfe brasileiro no Pan.

“Foi bem legal ver outros esportes de perto e o profissionalismo, seriedade e organização do COB, que foram muito especiais. Ganhei muito conhecimento sobre diversas áreas que eu não conhecia e isso me ajuda a me desenvolver mais como um atleta profissional”, disse Tourinho, que também agradeceu à CBG pelo apoio que tem dado à sua carreira.

“Foi um prazer estar envolvido no Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos e poder ajudar nossos atletas para que eles pudessem desempenhar o melhor possível. Trabalhar com nosso chefe de equipe Nico Barcellos também foi muito bom, pois é um profissional muito experiente e que passa muita tranquilidade e confiança para toda equipe”, diz Paulo Mazzeu, que realiza um trabalho com os golfistas graças a um convênio entre a CBG e o Ministério do Esporte.

 

Preparo profissional

A intensa preparação da delegação da Confederação Brasileira de Golfe pode ser percebida pelo relato das atividades diárias dos atletas, feito pelo preparador físico Paulo Mazzeu:

Dia 12/7: Dia da nossa chegada. Não teve treino no campo de golfe, apenas reconhecimento do campo Angus Glen com carrinho. Apesar de um pouco cansados, ao voltarmos para a Vila Pan-Americana, as atletas Clara, Luiza e André foram comigo para a academia e realizamos um treino leve, que consistiu em uma corrida com velocidade baixa de 15 minutos, seguido de um treino de estabilização lombar na sala de ginástica.

Dia 13/7: Após o treino de golfe no campo indicado pelo treinador da Luiza (apenas três buracos de golfe seguido de treino de jogo curto), retornamos para a Vila Pan-Americana e realizamos um treino de corrida em velocidade moderada de 10 minutos, seguido de um treino de liberação miofascial com rolo e alongamentos.

Dia 14/7: Dia de treino. Chegamos logo cedo ao campo aonde todos atletas participaram do aquecimento antes de começarem a bater bola no driving range, como faríamos em todos os demais dias de treino e de jogo. Ao retornarmos para a Vila Pan-Americana, realizamos um treino de corrida em velocidade leve de 5 minutos, seguido de um treino de circuito de liberação miofascial manual com e alongamentos. Adilson descansou da viagem.

Dia 15/7: Dia de treino. O atleta Adilson da Silva jogou apenas 9 buracos e retornarmos para a Vila Pan-Americana mais cedo para realizar a Análise Funcional completa dele. Foi muito produtivo, pois descobrimos os pontos que precisamos trabalhar na parte física. Quando os demais atletas retornaram a vila, realizamos apenas um pouco de liberação miofascial e alongamentos.

Dia 16/7: Primeiro dia de competição. Enquanto os atletas estavam jogando, elaborei a planilha de treino para o Adilson da Silva. Ao retornarmos à Vila Pan-Americana, fui a academia com a Luiza e o Adilson. Enquanto ela realizava os exercícios de alongamento, ensinei os primeiros exercícios da planilha para o Adilson.

Dia 17/7: Segundo dia de competição. Ao retornarmos à Vila Pan-Americana, todos foram para a academia. Enquanto André, Luiza e Clara faziam os exercícios que eu pedia, ensinei o restante da planilha para o Adilson.

Dia 18/7: Terceiro dia de competição. Após a rodada, apenas André, Luiza e Adilson da Silva foram a academia, pois a Clara tinha batido a perna em uma mesa e estava com gelo e repouso. O treino na academia foi apenas de liberação miofascial e alongamentos. Repassei os exercícios da planilha com o Adilson.

Dia 19/7: Último dia de competição. O jogo terminou mais tarde que o normal e neste último dia não tivemos os treinos na academia.

 

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