Mais do que ser o palco perfeito para a volta do golfe aos Jogos Olímpicos após longos 112 anos de ausência, o Campo Olímpico que está sendo finalizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é uma referência mundial em recuperação ambiental. Os melhores golfistas do mundo não encontrarão apenas um traçado impressionante e desafiador, criado pelo americano Gil Hanse, mas estarão diante do maior programa de recuperação de vegetação de restinga do País.
A escolha do estilo links, como são chamados os campos à beira-mar, com predominância da vegetação nativa e rasteira, sem árvores altas no percurso, não foi por acaso. Além de ser um tipo muito desafiador de campo, que deixa o vento agir à vontade, é também o que mais integra o esporte à natureza, primando pela sustentabilidade.
Desde o início, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o Comitê Olímpico Internacional (COI), a Professional Golfers Association dos EUA (PGA), a Federação Internacional de Golfe (IGF), a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) e a organização Rio 2016 mantém contato direto e constante com os construtores, que fizeram um trabalho excepcional ao harmonizar um campo de golfe de qualidade internacional com a natureza e a topografia local.
Ao todo, terão sido plantadas nos 970 mil m2 da área mais de 625 mil mudas de espécies nativas. Com isso, a área coberta pela vegetação será sete vezes maior do que era antes, passando de 94 mil m2 para 650 mil m2. Apenas equipamentos de apoio de até um pavimento de altura poderão ser construídos no local.
“O Campo Olímpico será um dos maiores legados dos Jogos para o Rio de Janeiro, não só na parte esportiva, mas também, e principalmente, em aspectos ambientais e sociais”, diz Paulo Cezar Pacheco, presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBG). “O Campo Olímpico vai, por exemplo, abrigar o maior centro de formação e treinamento de alto rendimento do golfe brasileiro e será a sede nacional do programa Golfe para a Vida”, completa.
“A vegetação na área do campo de golfe estava bastante degradada, inclusive sendo utilizada para extração de areia. Na década de 80, o local foi também depósito de peças pré-moldadas de concreto. Esse campo de golfe permitiu
que nós tenhamos aqui um parque público três vezes maior do que o Parque do Flamengo, e isso sem contar a área ocupada pelo campo em si, que também será público. Agora a população do Rio vai ter a chance de conhecer melhor essa atividade e poderá praticar no primeiro campo público da cidade”, diz Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro.
Localizado a nove quilômetros da Vila dos Atletas, o campo será o primeiro público da modalidade no Estado do Rio de Janeiro, e terá enfoque na promoção do esporte na cidade e área de ensino para a prática de golfe.
Pode-se considerar que o campo está pronto. Desde o início do ano, toda a grama já havia sido plantada, e agora está em estágio de amadurecimento. O sistema de irrigação, cuja água utilizada não faz parte do sistema de abastecimento da cidade, também já está em pleno funcionamento. Não potável, a água é proveniente das reservas naturais do campo, e 95% da água utilizada diariamente é completamente reabsorvida pelo solo.
A construção do Campo Olímpico contou com o gerenciamento da ECP, uma empresa de engenharia especializada em estudos de impactos ambientais, que garantiu um resultado de alta qualidade, com um projeto rigorosamente enquadrado nas leis ambientais. Esse processo se iniciou antes mesmo do início das obras, quando foi montado um grupo de estudo para o monitoramento ambiental. Há mais de quatro anos, foi desenvolvido um viveiro de restinga para atender às necessidades do equilíbrio ecológico e paisagismo do campo. Graças ao projeto de recuperação ambiental, mais de 125 espécies de animais já foram catalogadas no local, número bastante significativo, pois se trata de uma área que fica dentro da cidade, ao lado do Riserva Uno, empreendimento de alto padrão lançado há alguns anos, e do Riserva Golf, da RJZ Cyrela, que está em fase de lançamento.
“A construção do Campo Oímpico significa, em última instância, a reconstituição de uma área que foi degradada por décadas a fio por explorações predatórias. Agora, dá lugar a uma obra belíssima de engenharia ambiental em parceria com as exigências da natureza, do turismo e do bem-estar das pessoas”, diz Pacheco, da CBG, que acompanha pessoalmente as obras desde o início. “O campo olímpico é a mais bela prova de que o golfe e a natureza podem se complementar e se integrar de modo admirável”.