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A importância da vitamina D

por redação
(Foto: Freepik por Drobotdean)

Por Fernando Vieira, redação

Jogadores de golfe são mais expostos à luz solar, fator que traz benefícios, mas exige cuidados

Alberto Takeshi: médico e golfista (Foto: Zeca Resendes)

O impacto do sol no bem-estar físico e mental dos golfistas que ficam expostos em campo aberto por horas a cada partida é positivo. No entanto, certos cuidados são necessários para que esses benefícios não se tornem prejudiciais. O médico e golfista Alberto Takeshi explica que a vitamina D é um micronutriente essencial ao corpo humano. Ela é formada 90% pela ação do sol na pele (vitamina D3) e 10% através da alimentação (vitamina D2).

Apesar do nome, a vitamina D, na verdade, é um hormônio, sendo essencial para a melhora da função cognitiva e para a manutenção do sistema imunológico, questões diretamente ligadas à disposição e ao humor. Dessa forma, precisamos proporcionar as condições ideais para o corpo produzi-la, ou seja, tomar sol, fator que também melhora o sentido de alerta durante o dia, já que inibe a melatonina (hormônio do sono) e aumenta a liberação da serotonina, o neurotransmissor do prazer.

Segundo Takeshi, os benefícios da Vitamina D são obtidos apenas com 15 a 30 minutos de exposição à luz solar três vezes por semana, sem proteção solar. “Além disso, essa vitamina tem funções na absorção de cálcio, promovendo diretamente a saúde dos ossos, limitando o aparecimento da osteoporose e, no sistema imunológico, modula as células de crescimento e reduz a inflamação. A substância está intimamente ligada ao controle da pressão arterial, proteção contra formação de tumores e também no metabolismo do açúcar, diminuindo o risco de diabetes e doenças metabólicas”, explica.

Em pesquisas recentes, a infecção por coronavírus apresenta mortalidade maior em pessoas com deficiência dessa vitamina. Por isso, é preciso redobrar cuidados em um momento em que a sociedade se vê obrigada a seguir protocolos de isolamento social. Além disso, pessoas mais idosas, obesas, de pele escura e mulheres em idade próxima à menopausa devem redobrar cuidados, visto que a absorção do hormônio é prejudicada nesse público. Para Takeshi, pessoas com depressão devem ter atenção especial quando o assunto é o nível de vitamina D, assim como as que apresentam doenças crônicas como diabetes, hipertensão e osteoporose.

Portanto, os golfistas podem aproveitar seus jogos para produzir vitamina D e melhorar o humor, essencial para os bons resultados no campo, e também para manter a amizade com os colegas quando perder apostas ou mesmo com handicap 30 jogar 18 acima do par do campo, 12 abaixo, e dormir melhor, pois a exposição ao sol também ajuda na qualidade do sono.

Por outro lado, os prejuízos com a exposição prolongada, principalmente com o sol forte do Brasil, são as queimaduras, lesões de pele e o câncer, causados pelos raios UVB que atingem a camada superficial da pele. Já os raios UVA penetram na derme, destroem as fibras elásticas e causam envelhecimento precoce. Lembrando que, independentemente de clima fresco, com vento ou nuvens, a absorção é a mesma.

A média de exposição ao sol do golfista profissional ultrapassa 217 vezes o valor basal de raios ultravioletas no ano. O jogador de final de semana, por cada hora praticada, recebe de 3,5 a 5,4 vezes mais volume de raio ultravioleta capaz de causar queimadura solar do que uma pessoa comum. Nesse sentido, algumas medidas são fundamentais, como o uso do protetor solar com fator de proteção mínimo 30 (FPS 30), reaplicando após nove buracos. O valor do FPS multiplicado pelo tempo que a pele de uma pessoa exposta ao sol fica avermelhada é a medida da eficácia de um protetor solar. Nesse exemplo: 30 x 15 minutos (para apresentar manchas vermelhas) = 450 minutos, ou seja, proteção por 7 horas e meia.

É importante conferir se o protetor contempla a proteção contra os raios UVA. Para o golfista, vale também utilizar roupas claras – já que roupas escuras absorvem maior UV – e dar preferência a tecidos leves com tecnologia de proteção solar. Use também óculos de sol e guarda sol anti-UV. Mais difícil de ser seguida pelos jogadores é a recomendação médica de evitar a exposição solar das 10 às 16 horas. Dica importante: não esqueça de aplicar protetor solar nas orelhas, pois o boné não as protege e são um local com alto índice de queimaduras e, até mesmo, de câncer de pele.

O golfe é uma prática esportiva ao ar livre que privilegia a exposição à luz solar, estimula o contato com a natureza, promove interação social e permite as caminhadas, que trazem incrementos inequívocos à saúde cardiovascular e mental. Para somar benefícios, torne o uso do protetor solar um hábito e lembre-se: mesmo na sombra e em dias nublados, os cristais de areia das bancas e a água dos lagos refletem raios solares que irradiam na pele.

Graciela Zermiani: nutricionista e golfista (Foto: Zeca Resendes)

Graciela Zermiani: nutricionista e golfista (Foto: Zeca Resendes)

A nutricionista Graciela Zermiani, sócia do Terra Selvagem Condomínio & Golf Club, em Cuiabá (MT), golfista apaixonada, está acostumada a jogar sob um sol intenso desde as primeiras horas do dia. Sempre preocupada em cuidar da saúde, nunca deixa de usar o protetor. “Além do sol, jogar golfe nos integra com a natureza como um todo, o que comprovadamente alivia o estresse e melhora a atividade cerebral. Esses motivos, unidos ao fato de se estar em um campo com belas paisagens, grama verde como um tapete, flores belíssimas com colorido exuberante, certamente proporcionam, também, satisfação emocional”, comenta.

 

(Reportagem publicada na edição 70 da Revista Golf & Turismo)

 

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