O livro revolucionário “The 7 Laws of Golf Swing” (As 7 Leis do Swing do Golfe, em tradução livre) ganhou o merecido elogio mundial graças à sua unicidade. Idealizado com o intuito de dar rapidamente ao jogador uma boa conscientização da posição em relação à bola e ao feeling no swing, se desenvolve em torno de imagens tanto extraordinárias em termos visuais quanto fortes na transmissão da mensagem, jamais utilizadas antes no ensinamento. O seu autor, Nick Bradley, é um dos treinadores mais à frente do momento e aposta tudo na visualização da tacada e na força do pensamento. Imagens capazes de transformar o seu jogo e os resultados
por Nick Bradley | fotos de Mark Newcombe | tradução Vania Andrade
Que tipo de golfista gostaria de ser?
Nem todo mundo tem um número considerável de mentores excepcionais na carreira. No meu caso, definitivamente sortudo, tive, entre outros, o doutor Jim Loehr e o autor de best-seller Prof. Colin Turner. Jim Loehr é um teórico do poder da história, que substancialmente fornece a um atleta a missão de criar o próprio cenário dos sonhos.
Imagine, antes ainda de chegar ao tee do buraco 1, poder decidir exatamente aquilo que será a sua história no campo… Seria agressivo como Greg Norman, ou calmo como Jordan Spieth? Do mesmo modo, seria estrategicamente brilhante como Justin Rose ou Nick Faldo no seu auge (particularmente acho exemplificativa a performance dele, digna de recorde em St. Andrews em 1990)?
O ponto é que se pode decidir a priori como jogar sem deixar nada ao acaso. Geralmente, a resposta mais comum é a de não ter tempo. Só que, definitivamente, tempo se tem. Colin Turner me ensinou “a solução 1%”. Um por cento do seu dia são 14 minutos. É possível dedicar 14 minutos ou 1% do seu dia para decidir qual é o seu jogador preferido para os próximos 18 buracos? Imagino que sim. Todos podem exercitar o livre-arbítrio. Logo, faça isso!
A linguagem do corpo diz tudo
Jack Nicklaus ficou famoso por muitas coisas durante a sua carreira, mas o único aspecto do jogo dele do qual nunca se falou o bastante, na minha opinião, foi a capacidade que ele tinha de criar as tacadas. Fale com qualquer um que o tenha visto jogar ou, melhor ainda, com qualquer um que tenha jogado com ele, e falarão sobre a capacidade camaleônica que ele tinha com corpo e taco para criar as tacadas que precisava.
Nick Faldo foi outro grande exemplo de controle do jogo mediante o uso de imagens potentes e sensações do corpo; uma de suas técnicas preferidas, principalmente para enfrentar determinada tacada, era agir como se fosse outro jogador (por exemplo, como Seve quando tinha as mãos baixas para uma delicada abordagem na borda do green).
A imaginação é um instrumento muito forte e a imagem que se pode ver aqui acima é explícita: se quiser que a bola voe baixo, você deve se sentir BAIXO. Quando tiver que enfrentar uma tacada no vento, use essa imaginação para criar o “visual” necessário da tacada, para que a bola cruze o vento.
Confira outras sensações que podem ajudar na imaginação da tacada:
1. Também quando o tórax se abre e gira com a tacada, o segredo está na sensação, como sugere a imagem. Mantenha-se baixo exatamente como se tivesse uma frota aérea de caça disparando em você!
2. Observe o antebraço esquerdo flexionado no peito, que permite uma soltura completa da cabeça do taco. Evite absolutamente abrir o braço, que poderia ter a face do taco com loft demais, que aponta para a direita.
3. Também a minha linha dos olhos parece estar “no plano” com o corpo mais baixo. Assim como o ombro direito está mais baixo do que o esquerdo, também o olho direito está mais baixo do que o esquerdo.
Substancialmente aquilo que você faz com o corpo se traduz no próprio taco e na posição de impacto que se cria. Deseja um voo baixo? Tem que se sentir baixo e permanecer baixo!
Melhore a avaliação do vento e a visualização da tacada
Na maior parte do tempo ensino na Flórida e, se sua percepção geral é que eu seja sortudo pelas ótimas condições climáticas o ano inteiro, bom, devo confessar que não é assim. Lá tem muito mais vento do que você pode imaginar. As rajadas na Flórida podem ser tão violentas como aquelas nos links do Reino Unido ou da Irlanda.
Portanto, qual é a tacada que sofre mais quando se tem vento lateral forte? Qual é a tacada que você mais subestima quando tem um vento lateral? Qual é a tacada que o faz parar para observar e pensar: “Como é que fiz a bola ir parar tão longe do buraco?”
Iria se surpreender ao saber que as tacadas mais curtas são aquelas mais vulneráveis? Estamos falando de abordagem em torno de 110 jardas, facilmente “agitáveis” lateralmente quando a bola está no ar. A razão é muito simples: na maioria das vezes, uma bola que efetua essas distâncias curtas não tem o impulso necessário para quebrar o vento. E, quanto mais alto for o voo, mais fica à mercê dele.
Estas imagens servem para ajudar os jogadores a visualizar o voo de uma tacada com vento lateral (convido-o fervorosamente a experimentar). Exatamente como em um putt, no momento em que a velocidade adquirida pela bola começa a decrescer, todas as outras influências externas, como vento ou desnível, influenciam o comportamento da bola.
Na próxima vez em que visualizar uma tacada com vento lateral, imagine que a bola seja um pequeno paraquedista de brinquedo: no momento em que o paraquedas se abre, o efeito do vento deslocará a bola. Por essa razão é preciso planejar antes.
Para controlar da melhor maneira o vento lateral siga estas 3 regras:
1. Imagine a quantidade de deslocamento que você vê a bola fazer em relação ao vento. Lembre-se de que é só uma suposição, não é ciência, mas siga esse primeiro passo.
2. Escolha o seu alvo e seja preciso, porque, quando a bola for aterrissar, a influência do vento nela ainda será significativa. Observe todo o cenário: a linha na partida, o deslocamento no ar e a reação da aterrissagem no green.
3. Lembre-se: exatamente como em um putt decisivo e, logo, essencialmente retilíneo, a tarefa é se concentrar naquela linha de partida. Jogue a bola ali e deixe que o vento faça o resto.
“The answer is blowin’ in the wind”, a resposta sopra no vento. Use essa técnica de visualização para estudar as condições e fazer as mudanças necessárias. Não deixe que os outros digam que você faz tacadas como Clark Gable ao estilo “E o vento levou”!
O verdadeiro segredo da abordagem
Não importa se você é um jogador do PGA Tour, um amador de ótimo nível ou um simples golfista apaixonado. Quando se trata de técnica no pitching e você tem as capacidades necessárias de visualização da tacada para que a bola vá parar perto do buraco, basta entender algo único e simples: a trajetória é a rainha da tacada. Todos os melhores jogadores sabem controlar bem a trajetória de suas abordagens em torno do green, mediando entre uma dada posição da bandeira, o voo da bola e as condições do terreno, sem esquecer os contornos do green e qual é a distância da bandeira.
Você também deveria fazer o mesmo.
Como metáfora, no green usamos um alvo para os dardos e tentamos um conceito simples para poder abordar bem: quando se lança um dardo com uma trajetória bastante alta, geralmente ele perde impulso para a frente e vai parar mais para baixo do alvo, perto do número três. Traduzido no campo: na frente do green. Ao contrário, se no lançamento seguinte o dardo é lançao com mais força e com um voo da trajetória inferior, é provável que ele vá atingir mais acima em relação ao centro do alvo. Traduzido: bola longa no green.
Particularmente acho pelo menos curioso o fato que a maioria dos amadores se preocupa quando a bola está na altura da haste, mas deslocada lateralmente em 10 metros e, no entanto, nem pisca os olhos quando a bola está perfeitamente alinhada, mas curta em 10 metros. Partindo do pressuposto de que o seu instrutor possa resolver o problema de alinhamento da face do taco, permita-me dar um conselho que melhorou muitos golfistas em todo o mundo.
Para bandeiras curtas no green, jogue como se estivesse na parte baixa do alvo para dardos. Observe a imagem mais à direita, aquela em que estou abordando na bandeira amarela, e anote duas coisas:
1. Observe o círculo amarelo no céu. Consegue visualizar que a sua angulação permite que entre apenas uma bola alta? O uso desse cerco imaginário define a trajetória correta na sua visualização da tacada.
2. Tecnicamente, observe como o taco parece estar posicionado melhor mais vertical. Esse plano do swing na saída do impacto com a bola dará a você a sensação correta para uma abordagem mais alta.
Geralmente se ouve dizer dos profissionais de ter os números certos para abordar. Isso significa fazer um wedge completamente alto e saber que a bola irá parar levemente atrás da bandeira, deixando fora do jogo a parte da frente do green.
Para bandeiras no centro do green (neste caso, o círculo roxo), terá que imaginar o dardo em uma trajetória intermediária na sua viagem ao centro do alvo. Desse modo, centralize a trajetória correta e com uma probabilidade maior a bola irá parar na haste. Note também que, quanto mais baixo aborda, mais reta a bola irá, evitando consequentemente uma tacada com efeito do gênero “nuvem de cogumelo”.
1. Para essa tacada é preciso sentir o braço direito mais no peito durante o follow through. Geralmente, nas abordagens, o braço direito é um ótimo regulador da trajetória da bola.
2. Quando visualizar a trajetória intermediária, assegure-se de apontar levemente acima da bandeira, imaginando entrar no círculo com uma angulação de 45 graus, como na imagem.
A regra de ouro com bandeiras longas (aqui, em verde) é aquela de nunca ir muito longe com a tacada. A bola deve aterrissar no centro do alvo que você estabelece no green, fazer alguns rebotes e parar. Por isso, nunca jogue a partir do fundo do green.
1. Mova a bola um pouco mais para trás no stance (no centro) e mantenha o taco levemente mais à frente da bola.
2. Durante o downswing, sinta o busto que gira para a esquerda, mantendo a pressão no pé esquerdo e o taco que sai mais baixo do que os ombros.
Ser o dono da trajetória das abordagens com a variação da posição das bandeiras no green melhorará significativamente os seus resultados nesta fase determinante do jogo.