Com as ilhas de Maui e Lanai partimos na descoberta do arquipélago americano imerso no Oceano Pacífico, onde a luz é límpida, o sol é quente, mas nunca escaldante, e a oferta de campos de golfe é daquelas de perder a cabeça
de Prisca Taruffi
tradução de Vania Andrade
São oito as ilhas principais que fazem parte do arquipélago do Havaí, entre as quais Big Island (a maior), Maui e Lanai, Oahu (onde fica Honolulu, a capital), e Kauai, a mais selvagem de todas. Tive a sorte de visitar quatro, todas muito lindas e diferentes entre elas. Uma viagem que vale muito a pena. Aconselho a fazer uma parada em Los Angeles, para depois voar direto para Honolulu, capital do arquipélago, ou qualquer outra ilha do Havaí, com um voo de aproximadamente 5 horas de duração.
“Life is good” (A vida é boa) impera em todas as camisetas dos havaianos, não por acaso o Havaí é considerado o melhor compromisso entre qualidade de vida, beleza natural, esporte, diversão e, enfim, para nós golfistas, qualidade do jogo. Aqui a luz é límpida, o sol é quente, mas nunca escaldante, graças a uma constante brisa que nunca nos abandona.
A primeira etapa da minha viagem se concentrou em Maui e na pequena Lanai, facilmente alcançável pela marina de Maui. Assim que aterrissei em Maui aluguei um Jeep 4×4 que, junto ao Camaro da Chevrolet e ao Mustang, é o carro mais popular. Maui, também chamada de “a ilha do vale” pela sua topografia peculiar com dois vulcões em formato de cone que anos atrás surgiu do oceano, hoje literalmente está dividida em duas por um istmo que cria um microclima particular. A costa norte ocidental é aquela mais turística e lotada, especialmente na região de Lahaina, Kaanapali e Kihei, enquanto o lado oriental é mais selvagem.
Em Maui tudo é permitido. Segunda como grandeza é considerada a ilha mais esportiva e da moda, onde se pode fazer de tudo, até escalar um vulcão adormecido, para depois se lançar ladeira abaixo de bicicleta ao longo da estrada que o costeia. Se não passa mal no carro e quiser adentrar na atmosfera da selva tropical não perca o passeio rumo a Hana, um vilarejo minúsculo dentro da selva, contanto que consiga dirigir por quase 90 km em uma estrada bem sinuosa com curvas com vista para o mar.
A palavra de ordem em Maui é “easy life” (vida mansa), que significa poder caminhar com pés descalços, o ditado vale principalmente para os surfistas, assim como, perambular de bermuda de manhã até a noite. Aqui, os fãs de golfe encontrarão uma oferta de campos de altíssimo nível, principalmente, na parte norte ocidental da ilha, onde se encontram os maiores resorts que tive a honra de experimentar pessoalmente.
Meu conselho é dedicar uns dois dias a Lanai, uma pequena joia a apenas 45 minutos de barco da marina de Lahaina (Maui). Há alguns anos foi comprada pela cifra de 500 milhões de dólares pelo bilionário americano Larry Ellison, dono da Oracle que a surrupiou do “inimigo” Bill Gates que a tinha alugado totalmente em ocasião do seu casamento.
Os golfinhos me acompanham ao longo de toda a travessia; o porto bem pequeno me faz voltar atrás no tempo e logo entendo que estou num lugar especial. Os hotéis (fora o mágico Four Seasons) são pouquíssimos, nenhuma drogaria ou bar: enfim, relax total. Com nem mesmo 3.000 habitantes, mas mais de 9.000 cervos selvagens que transitam livremente, Lanai há um tempo era uma enorme plantação de abacaxis. Hoje vive de turismo graças também a dois campos de golfe maravilhosos que fazem parte da prestigiosa cadeia de hotéis Four Seasons, completamente diferentes um do outro.
Nunca tinha visto uma ilha onde a apenas 20 minutos de distância é possível jogar em um campo de montanha, o “The Experience at Koele”, obra de Greg Norman em colaboração com a Mãe Natureza, para depois descer e mergulhar nos 18 buracos espalhados pelo Oceano do “Challenge at Manele Bay”, assinados por Jack Nicklaus. Um verdadeiro espetáculo!
Os campos de golfe de Maui e Lanai
KAPALUA PLANTATION GOLF COURSE
Desenhado por Ben Crenshaw e Bill Coore é, sem dúvida, o campo número um do Havaí, mas não sou eu quem diz isso: desde 2011 entrou para a família Troon Golf. É aqui que, no início de cada ano, se joga a primeira etapa do PGA Tour, em 2015 vencida por Zach Johnson graças a um grande 66 no giro no final e a uns sete birdies nos segundos nove. O Plantation Course não tem um percurso muito longo, mas seus grandes desníveis, greens ondulados e rápidos e, sobretudo, o vento podem transformar o jogo de viável a difícil num piscar de olhos. O campo é imenso (estende-se em mais de 9.000 hectares) com deslocamentos bem longos que, só para dar um exemplo, entre o buraco 14 e o 15 os profissionais são acompanhados no tee de partida por um motorista com o carro de golfe.
Dada a vastidão da área circunstante, no lado do mar foi desenhado um segundo campo, o Bay Course assinado por Arnold Palmer. Este campo com certeza é menos difícil do que o Plantation, mas tanto quanto espetacular com muitos buracos que beiram o oceano e com vistas de tirar o fôlego. O serviço é de altíssimo nível ao estilo do Kapalua Plantation.
WAILEA GOLF COURSE
O Wailea Golf Course é um complexo de alto nível com três campos de golfe de características técnicas diferentes. A locação é ideal com baías de abrigo, hotel cinco estrelas e todos os tipos de serviços. Nesta região beijada pelo sol de Maui, primeiro nasceu o Blu Course, um campo agradável indicado a todos os níveis de jogo. Em seguida, com a expansão do turismo, foram construídos outros dois campos, sempre assinados por Robert Trent Jones Jr., o Emerald e o Gold Course. Pude jogar no Gold, considerado o mais difícil, onde cada tacada deve ser bem pensada e depois batida. Os greens são ao estilo Trent Jones, ou seja, imensos com várias inclinações e protegidos por uns 128 bunkers! Uma verdadeira Academia nota 10 com louvor assinada por David Leadbetter se encontra justamente no topo do Gold Course, com uma vista espetacular para o Oceano.
ROYAL KANAPALI GOLF COURSE
Situado na parte noroeste de Maui, este campo também é obra de Robert Trent Jones. Continua lendário o recorde do campo por conta de Jack Nicklaus em dupla com Arnold Palmer em ocasião da Copa Mundial onde fizeram a mesma pontuação, 64, no ano em que jogaram. Além disso, por mais de dez anos foi sede do Senior PGA.
O GUIA
ONDE DORMIR
Em Maui adoráveis B&B se encontram na zona de Lahaina. Se quiser maiores comodidades com campos de golfe magistrais nas margens aconselho a zona de Wailea ou aquela de Kapalua.
ONDE COMER
Em Maui experimente o Tommy Bahamas Café de Wailea, de sofisticado estilo colonial, ao lado da homônima e linda boutique unissex. Come-se com 50 dólares. Já em Lahaina é possível comer com poucos dólares nos restaurantes coloridos e alegres ao longo da homônima praia com vista para o pôr do sol.